31 dezembro 2007

Uma rapidinha...

... Para desejar a tod@s um

18 dezembro 2007

Feliz Natal


Desejo que o vosso Natal seja cheio de luz, de amor, de saúde e amizade.
Que seja feliz, completo e animado.
Que vos faça felizes.
Eu estarei de férias em casa dos meus pais, onde mais uma vez o L se vai vestir de Pai Natal. Vamos a ver se o Bé este ano lhe perde o medo! hihih
Beijos a todos... Depois trarei mais novidades.
E já agora, que prenda me dariam?


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04 dezembro 2007

Botas novas!

Estou tão feliz!... Tão... Tão... Tão contente!

Vocês nem imaginam como é dificil para mim encontrar calçado que me sirva! É muito giro ter-se um metro e oitenta para os outros: chega-se sempre "lá a cima", tem-se um ar mais ou menos elegante, etc., etc.... A realidade é outra. É complicado encontrar roupa que não nos fique curta, quer nas pernas, quer nos braços e sapatos então... É que um metro e oitenta não se sustenta em cima de uns pézinhos 38 ou 39!... Não!... Eu calço o 43!!! Botas até hoje, só de homem e mesmo assim é dificil encontrar umas que passem por ser minimamente femininas!!!

Ontem, finalmente, arranjei uma botas como há anos, quase décadas, queria ter! Botas com algum salto (quero lá saber, de grande não passo!) e de cano alto, tipicamente femininas!

Digam lá que são lindas!!!
São da Aerosoles. As minhas são pretas, mas no site não dava para retirar essa imagem (cliquem na imagem para mais detalhes). Assim que puder tiro umas fotos com elas calçadas para me exibir! Heheheh!
Estas botas foram um presente de aniversário e Natal juntos, da minha querida amiga C., a madrinha do meu filhote. É claro que lhe disse que ela é louca, porque as botas foram caríssimas, mas ela é o tipo de pessoa generosa ao ponto de ficar tão feliz como se a compra tivesse sido para ela!!! Já o disse montes de vezes, mas nunca é demais: obrigada, obrigada, muito obrigada!
Já ganhei o anoooo!!!!
LOL

25 novembro 2007

Epifania


Daqui a alguns anos (muitos, muitos!) quando não houver Natal na casa da minha mãe...

... vou ter Natais muito tristes.


Quem dera conseguir, porque sei que terei que ser eu a alterar este rumo!...

11 outubro 2007

Recém-mamã: L

Prometido é devido e cá está o post que vai explicar a minha recente falta de tempo para tudo! Demorou algum tempo porque... tempo é exactamente o que me falta e porque queria autorização dos intervenientes para publicar o post. Pois, para variar não é sobre mim!

Trabalho, como sabem numa pequena empresa. Somos três no escritório: o chefe, eu e a L que foi contratada, estava eu gravidérrima, para me substituir na minha licença de maternidade.
A sua capacidade de organização vai muito além do escritório, ela organiza e planeia tudo desde o trabalho, à casa e até a vidinha. Só que a vidinha trocou-lhe as voltas e baralhou-lhe os planos tão bem feitos e pensados: A L não conseguia engravidar. Apesar dos seus 24 anos (na altura), apesar de ser saudável, apesar de o marido também não ter quaisquer problemas a cegonha teimava em não chegar.
Três anos passados e a nossa amizade consolidada, a L contou-me finalmente o seu grande segredo. Alguns problemas foram descobertos e a infertilidade (palavra horrorosa!) teria que ser "atacada" de outra forma. FIVs. Pelo que eu percebi, uma FIV é uma Fertilização In Vitro e só é feita depois de várias outras hipóteses esgotadas, como por exemplo a inseminação artificial.
Três anos a tentar ser mãe, a ter aquele desejo ardente de ter o seu bebé, a sonhar com o dia em que veria dois risquinhos no teste, a sofrer de alegria e tristeza misturadas quando alguém próximo anunciava uma gravidez. Três anos em que ela viu o meu menino crescer de perto, acompanhou aquele momento em que também eu perdi a mana dele, assistiu à minha alegria ao contar aqueles momentos especiais entre mãe e filho e sofreu em silêncio. A L insistia em não contar a ninguém o seu problema, é uma pessoa reservada apesar de alegre e tagarela... (:P pa ti L!) E de qualquer forma é difícil para alguém compreender a magnitude de sentimentos que arrasam quem passa por este tipo de problemas se não os viver também. Por isso, a L obteve o apoio que necessitava entre as e os mebros de um site: o da API - Associação Portuguesa de Infertilidade. Visitei pela primeira vez o forum da API há poucos dias e sabem que mais? Fez-me lembrar o do BC quando entrei. A disponibilidade e a generosidade das pessoas está lá, salta à vista que sofrem mas fazem-no ajudando outros e disponibilizando-se de alma e coração. Foi emocionante para mim que, já sabem, sou uma piegas e só de pensar nisso fico com os olhos rasos de água!
Três anos volvidos e a cegonha finalmente chegou! A L esteve "grávida de coração" e já é mãe. Tudo isto num espaço de menos de um mês! Pronto, agora é que eu baralhei tudo! LOL
A cegonha chegou na forma de um telefonema da Segurança Social e de uma voz que disse "temos uma criança para si".

Esta é a história dela, contada pelas suas próprias palavras no site da API, e que ela me autorizou a transcrever para aqui:


"Olá, miguinhas!

Desculpem-me a falta de respostas, mas no trabalho ando a ter umas aulas intensivas de puericultura com a minha colega e em casa ando em pinturas e arrumações para receber o meu pimpolho.
Ora bem, vou tentar responder a todas as perguntas, perdoem-me se me escapar alguma coisa.
Em Setembro de 2005 descobri que uma amiga minha, que andava a fazer Fivs sem sucesso à 8 anos, tinha adoptado um menino de 4 meses dps de uma espera de 4 anos.
Na altura eu já sofria de infertilidade à um ano e meio, e vê-la ali tão feliz, agarrada ao menino tão pequenino, tão bonito, despertou-me a minha vontade de adoptar.
Uma vontade que não começou nesse dia, mas há muitos e muitos anos atrás, quando eu era pequenina, não me lembro se tinha dez ou onze anos e via nos noticiários que as pessoas abandonavam os bebés nos caixotes do lixo, eu sempre que ia para a escola levava o caminho todo a espreitar os caixotes do lixo para ver senão haveria lá um bébézinho que eu pudesse ficar com ele.
Ora, o quê que eu pensei sofrendo de infertilidade e vendo a minha amiga tão feliz com o menino dela: Vou adoptar! Quem sabe não será essa a minha sina, não dizem que vimos ao mundo com um propósito, quem sabe não é este o meu destino.
Levei um ano a digerir esta ideia enquanto ia fazendo ttt, sempre negativos, e em Junho de 2006 decidi que ia seguir com o processo para a frente.
Fui ao site da Segurança Social, imprimi os impressos de adopção e lista de documentos necessários e liguei para a Segurança Social de Faro a marcar uma entrevista.
Como eu não queria faltar mais ao trabalho e como elas estavam de férias em Agosto, a 1ª entrevista viria a realizar-se no final de Setembro.
Tive 3 meses para preparar toda a documentação, sofri muito com as perguntas do questionário, tive muitas vezes para desistir do processo, mas uma força interior, que eu não sei explicar de onde, surgia e ia-me empurrando para a frente.
Quando fomos à primeira entrevista já levávamos os questionários preenchidos e toda a documentação necessária, a sra. que nos atendeu, ficou muito espantada por já levarmos tudo, porque naquela primeira entrevista é que eles dão os questionários e a lista com a documentação necessária. Ora eu assim acabei por poupar 3 meses no processo, porque o tempo só começa a contar quando se entrega tudo.
Disse-nos que o tempo de selecção demora 6 meses, mas que elas estavam a levar mais um bocadinho.
Digo-vos uma coisa saí daquela entrevista com vontade de desistir, porque a sra. foi muito dura connosco, disse-nos que os bebés para adoptar são maioritariamente filhos de toxicodependentes ou vítimas de violência domésticas e nós saímos de lá muito traumatizados, sei que no dia seguinte bati com o carro no passeio e rebentei com o pneu, num sítio onde eu passava há dois anos diariamente e sem problemas, tal era a minha desorientação. O meu marido até queria desistir porque estávamos os dois muito traumatizados, até acabou por me confessar que tinha partido o espelho de um carro porque também estava distraído.
Bem, o tempo passou e em Março de 2007 fomos chamados para irmos à 2ª entrevista com a psicóloga e a Assistente Pessoal, também elas muito duras connosco, com os porquês e dúvidas em relação à nossa decisão e ttt, enfim coisas normais para elas, mas para quem está fragilizado e ainda por cima a sentir-se avaliado pela psicóloga que não só interpreta as nossas palavras como também os nossos gestos, é muito complicado.
Nós escolhemos uma criança até aos 2 anos, menino ou menina e que fosse branquinho e saudável. Disseram-nos logo que era muito difícil, e aconselharam-nos a alargar a idade, mas nós como estávamos em ttt, decidimos deixar assim pelo menos 4 ou 5 anos e até lá não engravidasse e não aparecesse nenhuma criança, aí sim alargávamos até aos 3 anos.
Saí de lá tal como tinha saído da 1ª entrevista, tal como se tivesse sido atropelada por um camião.
Duas semanas depois, já em Abril, na 2ª a seguir à Páscoa, as Dras. foram lá a casa. Bem, levei o fim-de-semana a puxar o lustro à casa, para nada. Mal entraram lá em casa, muito simpáticas, ficaram encantadas com o espaço que tinhamos e nem entraram nos quartos, ficaram-se pelo corredor e depois sentámo-nos na sala a conversar um pouquinho. Mas muito simpáticas, pareciam nossas amigas, muito muito mais divertidas e amistosas.
Bem, 2 ou 3 semanas depois recebemos o certificado a dizer que tínhamos sido aceites como candidatos a adoptantes.
E depois, o resto vocês já sabem, telefonema a 11 de Setembro que a partir de agora vai ter outro significado para mim, já não é o dia que atacaram a América, mas o dia que a cegonha me telefonou!
No dia 12 tivemos uma reunião com elas e ficámos a saber que o nosso bébé é um menino (...) e tem 9 mesinhos. Agora temos que ir para o refúgio diariamente durante uma semana aprender a cuidar dele e a conhecer os hábitos que ele já adquiriu e depois nos fim de semana seguinte trazêmo-lo para casa.
Estava marcado para a próxima semana, mas como a minha colega vai de férias e ela já desde Dezembro que não tem férias e adiou as férias de Julho para eu fazer a minha inseminação; e na semana seguinte o refúgio já está ocupado, porque eles só fazem uma adaptação a um casal por semana; ficou marcado para dia 2 de Outubro.
Estou muito, muito feliz, os dentes nem me cabem na boca! hihihihihi
Mas estou a contar os dias. Agora só faltam 18 dias para eu conhecer o meu menino.
Muito obrigada a todas pelo apoio que me têm dado, perdoem-me se não respondi a todas as mensagens privadas, mas ando mesmo muito ocupada.
Afinal de contas só tenho quinze dias de gravidez e tenho que pintar e arrumar o quarto, comprar todas as coisitas que ele precisa e ainda tenho que aprender a tratar de um menino de 9 meses.
Trabalho de manhã há noite, mas não reclamo, é por um causa muito nobre, a melhor causa da minha vida. E assim o tempo também passa mais depressa.
Muitos beijinhos a todas."

Assim se sabe porque é que este ano eu tenho só uma semana de férias, assim se sabe porque não me importo nada com isso e assim se sabe porque é que eu não tenho tempo para nada. É que... L, TU FAZES MUITA FALTA LÁ NO ESCRITÓRIO, RAPARIGA!!! Isto de tentar recuperar o trabalho que não fiz nas férias e fazer o teu quando o chefe resolve ausentar-se dias inteiros tem mais que se lhe diga!
Ando cansada e chego ao fim do dia sem energia para muito mais. Quer dizer, muito mais que não seja lidar com o pequeno Furacão Bé e o grande Furacão Pai! Não há blogs, não há livros, não há missangas, não há pondo cruz, não há swarovski que me mantenha acordada mais tempo que o necessário! O meu único hobbie é adormecer em frente à televisão! Já nem acompanho séries nenhumas porque nem me lembro do que via antes! Mas... Vá-se lá olhar para aquelas carinhas felizes e dizer que não vale a pena! Claro que vale!!!

Esta é a minha pequena homenagem à L, à sua coragem e força, à sua vontade de amar, à sua perseverança, à sua vontade férrea... Estou feliz por ti, Amiga, mais feliz só se fosse meu! LOL
Há coisas inexplicáveis! Tudo se encaixa no tempo certo e fico feliz por te dar todo o apoio que precisares. Tu sabes o que quero dizer...

Pázinha!

Das tantas coisas que tenho para dizer, quero começar por ti.

Assim posso começar por me maravilhar contigo, comigo, connosco... Já sei, estás com dúvidas, mas é verdade: somos uma pequena maravilha. Sim!

Repara: moramos a centenas de kilómetros uma da outra e vemo-nos só uma ou duas vezes por ano, quando vens cá. No entanto, seguimos atentamente a vida uma da outra através dos nossos blogs e criámos uma amizade bonita.

Quando nos olho não tenho dificuldade em descobrir porque te entrego a minha amizade.

Quando te olho tenho ainda menos dificuldade em descobrir uma grande mulher. Uma mãe exemplar e babadíssima! Uma amiga sincera e disponível, uma pessoa inteligente e correcta. Eu sei, isto já são palavras a mais para te dizer algo tão simples como: gosto de ti. Admiro-te. Admiro a tua generosidade, o teu carácter e a tua força. E sei que vais atravessar este momento menos bom como se fosse uma ponte. Passo a passo, com firmeza.

Cada dia é um novo passo e a cada passo estás mais perto de o/a teres nos braços.

Sei que tens força para lá chegares, mas estou aqui a dar-te da minha também para quando te apetecer descansar.

A ti, Amiga, um grande abraço e muitos beijos.

You\'re in my Prayers
Comment Graphics at pYzam.com

PS - Sei que vou um cadinho atrasada, mas já me conheces... não é defeito é... Falta de tempo! ;) (no post que se segue descobres porquê)

10 outubro 2007

Há mais...

Há. Realmente há muito mais mas hoje já é muito tarde e as pessoas de quem quero falar merecem mais do que meia-dúzia de palavras mal alinhavadas.

Beijos. Até amanhã!

E era uma vez umas férias...



Pró ano há mais!

14 setembro 2007

Férias!

Na próxima semana encontram-me aqui...



Imagem: David Letts - "Streets of Óbidos"

Ahhhhhhh! Férias!



02 setembro 2007

What does my birth date mean?

Your Birthdate: September 10

Independent and dominant, you tend to be the alpha dog in most situations.
You're very confident, and hardly anything ever shakes you.
Mundane tasks tend to drain you - you prefer to be making great plans.
You are quite original. When people don't "get" you, it bothers you a lot.

Your strength: Your ability to gain respect

Your weakness: Caring too much what others think

Your power color: Orange-red

Your power symbol: Letter X

Your power month: October

24 agosto 2007

'Desafogo' de mãe babada!

Há uns dias fui tirar radiografias com o Bé: Achou o máximo. Portou-se muito bem e encantou todos os técnicos e profissionais que falaram com ele.

Uns dias depois tivémos que ir tirar sangue e fazer umas análises: Foi um herói! Achou um piadão ver o sangue dele sair para dentro da seringa, ria-se enquanto urinava para dentro do copinho, não achou lá grande piada à cotonete que lhe meteram no nariz e ia batendo na analista quando ela lhe enfiou outra cotonete pela goela adentro.

Sou mesmo uma mãe babada... e tenho muito boas razões para isso!
Foto 07-09-2004

07 agosto 2007

Tempo passado

Há um ano atrás perdi-te.
As palavras de consolo pouco ou nada me diziam...

"Talvez seja melhor assim"


"A Natureza sabe o que faz"


"Deixa lá... Tens tempo para mais"
Hoje estou aqui. Estou bem. Estou feliz. Não te esqueci mas também já não me dóis como doeste. O Tempo foi mesmo dono e senhor da dor e eu acabei por lha devolver. És agora uma recordação um pouco triste daquilo que não foi e poderia ter sido. Serias linda, eu sei.
Talvez seja melhor assim. A Natureza sabe o que faz.
Não é o que se diz?
:)

02 agosto 2007

Bohemian Rhapsody

Este vídeo intitula-se Bohemian Rhapsody - 25 Most Annoying Voices.

Se elas são annoying ou não... são outros quinhentos. Eu gostei deste video menos pelas vozes imitadas e mais pelo excelentes maneirismos. Foram muito bem apanhados!

01 agosto 2007

Beijo

Tenho gostado sempre das músicas que ouço do Pedro Abrunhosa, até da voz dele eu gosto desde que ele não tente cantar mesmo! Ele tem uma daquelas vozes que vem mesmo de dentro, que é profunda e masculina, que parece sair do peito e é forte e sonora até num sussuro sem chegar a ser incómoda ou alta. No entanto, realmente para cantar ele não tem jeitinho nenhum e o próprio o admite! Mas para escrever.... Ai! O homem é um mestre! Adoro as letras das músicas dele.
Eu adoro música e gosto especialmente se puder cantar junto. Cantar (embora muito mal) é um dos meus escapes e faço-o frequentemente no carro. Sozinha, claro! Para que é que eu ia sujeitar alguém a tamanha tortura?! E com o rádio bem alto para nem eu me ouvir muito bem! hihihi!!!

De qualquer forma, sou desligada o suficiente para raramente saber os nomes das músicas e até dos cantores de que mais gosto... Sou de pancadas! E às vezes até acontece eu só descobrir uma certa música anos depois de ela fazer sucesso ou ser lançada. Recentemente apaixonei-me por esta. Que letra magnífica! Chama-se Beijo:
[Se calhar convém parar aquela outra ali do lado, antes de clicar no play desta :)]



Não posso deixar que te leve
O castigo da ausência,
Vou ficar a esperar
E vais ver-me lutar
Para que esse mar não nos vença.
Não posso pensar que esta noite
Adormeço sozinho,
Vou ficar a escrever,
E talvez vá vencer
O teu longo caminho.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.

Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.


Não posso deixar de sentir-te
Na memória das mãos,
Vou ficar a despir-te,
E talvez ouça rir-te
Nas paredes, no chão.
Não posso mentir que as lágrimas
São saudades do beijo,
Vou ficar mais despido
Que um corpo vencido,
Perdido em desejo.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.

Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.


Pedro Abrunhosa - Voz, piano, contrabaixo.
Paulo Pinto - Guitarras.
Ian Humphries - Violino.
Charles Mutter - Violino.
Nic Pendelbury - Viola.Philip Sheppard - Violoncelo.

Fim de semana atribulado!

O fim de semana passado foi bastante quente e atribulado e a semana começou ainda mais atribulada que esses dois dias de suposto descanso.

No Sábado de manhã resolvemos ir até à praia. chegámos lá cerca das nove da manhã e saímos ainda não eram onze. A água do mar estava tão gelada que até fazia doer e o calor na areia era insuportável! A piscina aguardava-nos, muito mais agradável!
Depois do almoço e das quase duas horas de sesta do Bé voltámos para a piscina porque era só isso que apetecia fazer com esta vaga de calor. Havia por lá outros vizinhos já à espera da nossa chegada, inclusivé uma companheira de brincadeiras para o Bé.
Pela primeira vez em três anos o Bé resolveu pregar-nos um susto na piscina e atirou-se para a água sem o colete! A história completa deu um post no blog dele.
No Sábado à noite chegou o meu mano! Fiquei tão contente! É raro ele vir cá porque vemo-nos todos os meses quando vamos nós lá a Lisboa. Gostei mesmo de o ter, mesmo que fosse só por um dia. Adoro o meu irmão de paixão! Ele fica todo atrapalhado, mas eu que já aprendi a lição digo-lhe sempre: amo-te muito, mano! Uma das coisas que me agrada bastante também é que ele sempre me tratou por "mana". Outros irmãos haverá que se tratam pelos nomes próprios mas eu sou especial... Sou "Mana"! Sempre. :D

Domingo de manhã fomos dar uns mergulhos na piscina (o meu mano não é muito de praia) e lá estivémos na brincadeira até por volta das dez e meia, altura em que saímos para ir às compras. Temos que decidir qual vai ser a nova cadeira, para o carro, do Bé porque ele já está a querer ultrapassar o escalão daquela que temos.

Quando chegámos ao carro tivémos uma desagradável surpresa: então não é que nos roubaram o espelho retrovisor do lado do condutor?! Isto só a nós, realmente! Lá se vão quase 30€ para colocar um novo, felizmente não estragaram nada e não tenho que comprar o suporte completo, é só o vidro mesmo! Esta é a parte chata do verão no Algarve: junto com os turistas vêm os que se querem aproveitar da confusão e do aumento populacional de gente desprecavida...
Enfim... Adiante.

Almoçámos uma bela sardinhada com a minha sogra, que daí a umas horas foi ter connosco lá a casa para irmos todos... claro! Adivinharam: prá piscina! lol
Com aquilo que pagamos de condomínio todos os anos, mais vale aproveitá-la bem! :D

Jantámos todos juntos e depois do jantar o meu mano foi embora de volta para Lisboa e a minha sogra seguiu também para a casa dela.

Só hoje faço este post porque a minha semana começou ainda mais atribulada e atarefada que o normal. Muito mais!

O fim do mês traz-me sempre mais trabalho: é o fecho do mês, a contabilidade, a facturação, etc, etc... No entanto, desta vez trocaram-me as voltas e passei os dois últimos dias do mês a trabalhar furiosamente para um único cliente! Vocês não podem imaginar a trabalheira! Quando cheguei ao fim do dia de ontem nem queria acreditar que tinha conseguido acabar tudo o que me tinham pedido... E sem interromper as férias do chefe! Weeeeeeeeee! When I'm good, I'm very good! Hehehe!
Agora é recuperar o tempo perdido e acelerar na contabilidade que Agosto é mês de IVA!

28 julho 2007

Shhhh!...

Silêncio!
Escutem...

Não estão a ouvir? Como é possível?!

Óh! Lá está ela outra vez!

Mishka... Mishka...
Está mesmo a chamar por mim!

'Bora?!...

23 julho 2007

Parabéns, meu filhote!


Três aninhos!
*suspiro de mãe babada!

21 julho 2007

Parabéns, amor!!!

34 aninhos e tantas coisas boas na vida!

Vamos... Celebrar?
;)Foto: Pedro Moreira

Ditos...

Não sei quem disse mas... Concordo plenamente!

Salve a Terra...
É o único planeta com chocolate!


hihihi

20 julho 2007

Mais um, avó...

Este post começava assim, no dia 27 de Junho:
Tenho vindo a adiar este post já há uns dias... Custa-me fazê-lo mas também não quero deixar esquecer...

Mas agora, tenho que o corrigir para:
Tenho vindo a adiar este post há umas semanas... Tem-me custado mais do que esperava escrever o que me vai na alma acerca Dela. Escrevo: emociono-me. Penso, divago: emociono-me, recordo e não consigo manter as lágrimas guarda
das. Têm vontade própria, as sacanas! É fácil e feliz recordar, o complicado é olhar para o que foi em tempos e o que é hoje em dia.

Quando era miúda vivi muitos anos com os meus avós. O meu avô era sapateiro e trabalhava em casa e a minha avó sempre a conheci doméstica. Tenho poucas memórias do meu avô, que tanto amo. Lembro-me de ser ele a ensinar-me as primeiras letras, lembro-me do sorriso dele, de uma vez que se zangou comigo porque eu não soube fazer correctamente um trabalho de casa que consistia em fazer um círculo azul à volta dos números ímpares e um vermelho à volta dos pares. Eu gostava de fazer os "trabalhos" e os desenhos sentada num escadote... :D Sim, a fazer de mesa ficava o último degrau, o mais alto e mais largo e eu sentava-me num dos debaixo, com os pés pendurados do lado de dentro do escadote. Que ginástica! lol Nesta posição podia escrever e desenhar e observar o meu avô a trabalhar. Lembro-me de ele me levar à fisioterapia (não sei se seria todos os dias ou só umas quantas vezes por semana), à natação na piscina do Benfica (SLB! SLB! SLB!), ao parque... Morreu ainda não devia eu ter 10 anos... Com a doença que mais o aterrorizava: cancro. Na cabeça. Não sei pormenores. Nunca mos contaram. Até há pouco tempo eu nem sabia que tinha sido a "coisa má" a levá-lo. E recordo-me daqueles últimos meses em que tivémos lá em casa uma cama de hospital, em que lhe dei a alegria de já saber ler os nomes e números de telefone da agenda dele, uma vez que ele caíu e eu fui a correr chamar a vizinha Eliza porque não havia mais ninguém em casa (guardei este segredo, avô, como me pediste, durante muito tempo), outra vez em que fugi para a cama dele porque vi um rato fugir da minha! :-DMeus avós com o meu primo Hugo em Dezembro de 1981

E lembro-me do dia maravilhoso que passei em casa da tia que morava ao lado do Jardim Zoológico, cheio de brincadeiras e pequenos mimos... O dia em que regressei a casa para já não te encontrar.

Desculpem, não era para falar do meu avô que comecei este post, era para falar da minha avó.

Como eu ia dizendo, morei com os meus avós muitos anos, desde que me lembro de ser gente até à entrada na adolescência e um pouco mais além. Fiz muitas vezes o caminho a pé desde as Portas de Benfica até à praça de Benfica, todos os dias lá íamos as duas às compras, ou pelo menos sempre que eu não era impedida pela fisioterapia ou pela natação ou por alguma consulta de ortopedia, ou pelas viagens a Espanha para ir ao especialista... Enfim!

Estiveste sempre lá, avó. Depois do avô morrer os meus pais não quiseram deixar-te sozinha e lá nos mudámos todos para a tua casa. Passávamos os dias juntas, ias levar-me o lanche à escola primária, lembras-te? Compravas-me sacos de tremoços que eu devorava lendo em cima da cama e ralhavas comigo até à exaustão para eu ser mais arrumada. Desculpa decepcionar-te... Acho que nunca serei arrumada! Compreende, avó, quando eu arrumo tudo nunca mais encontro as coisas!!!

Fazias bolos sem precisar de receita ou de batedeira eléctrica e eu adorava lamber a tijela da massa! Gravitava em volta de ti até tu ma dares e eu me lambuzar toda! Gostavas de juntar os netos lá em casa e fazias quase sempre esparguete com carne para todos! Todos gostávamos imenso desses dias e dessas refeições. Lembras-te do primo Pedro meter a ponta do fio de esparguete na boca, os dedos indicadores a rodar nos ouvidos e sugar o esparguete para dentro da boca!?!! Ríamos tanto! Lamento informar-te que também não sou boa cozinheira como tu, mas faço muito bem o tal esparguete com carne! E gosto muito de fazer bolos e doces! Só não me peças para cozinhar que dá barraca...

Dizias que "a mulher quer-se pequenina como a sardinha", ou não fosses tu de tamanho "portátil" e andavas sempre connosco "a nove". Quando o meu pai te picava cumprimentando-te com um "olá, velha" respondias automáticamente "velhos são os trapos!". O teu único produto de beleza facial era o sabão azul e branco e quando chegaste aos setenta e todos se enganavam na tua idade achando sempre que não poderias ter um dia a mais que os sessenta, rias, orgulhosa. Para o provocar, sempre que te perguntavam a idade, respondias "que idade me dá?". Vaidosa! Sempre foste vaidosa, eras uma mulher bonita e tinhas orgulho nisso, assim como tinhas orgulho em ter os teus filhos sempre limpos e arranjados, e isso também se reflectia na tua mania das limpezas que tanto me irritava, pois tinhas muita vaidade na tua casa. O teu passatempo eram as tuas plantas. Na varanda grande tinhas uma floresta domesticada e tratavas todas as tuas plantas cantando. Se alguém tivesse um planta em mau estado, quase morta até, só precisava de ta entregar por uns tempos. Não sei que toque mágico teriam as tuas mãos, mas não havia planta que te morresse!

Chegou a adolescência... embirrávamos por tudo e por nada. Discutíamos a todas as horas... Eu era impossível e tu eras intransigente. Acabámos por sair de tua casa e voltar para a nossa. Moraste sozinha ainda durante vários anos.

Desta época lembro-me de ter saudades dos cheiros da tua casa, do cheiro e sabor do café de cevada acabado de fazer, das malas à porta para ires passar um fim de semana connosco ou as férias de verão. Lembro-me da tua felicidade quando te oferecemos uma televisão para o teu quarto... É imagem que não há tempo que ma apague da memória: a minha avózinha, aos pulinhos a rir e a bater com as mãos na cabeça! Tão feliz!

Todos os anos, no teu aniversário (a 3 de Outubro) a família se juntava toda: Os teus cinco filhos (o meu pai e as quatro irmãs) com os respectivos maridos e esposa e os teus oito netos. Mais recentemente juntavam-se à festa as namoradas e namorados destes últimos. Era uma alegria! Uma mesa cheia e a família toda junta, as conversas, os risos, os presentes, a tia Isabel que era sempre a última a chegar mesmo quando a enganávamos no horário a cumprir!...

Um dia caíste na farmácia e partiste um braço. Nunca mais foste a mesma. Sucessivamente descobriu-se a depressão, a má alimentação, a anemia, as perdas de memória, a falta de equilíbrio...

Já não podias morar sozinha e, mais uma vez, foi connosco que ficaste. Agora em casa dos meus pais, recuperaste lentamente da trombose que te tolheu alguns movimentos.

No início do ano passado o avc.

Dias e dias no hospital.

A família em polvorosa.

A dor, o medo de te perder.

Corri para Lisboa assim que possível e fui-te ver. O lado direito do teu corpo ficou paralisado. Já não podias andar e a tua mente ficou confusa. No início nem sempre nos reconhecias. Chamaste-me pelo nome da minha mãe várias vezes. Não estavas no 'agora', mas antes no 'ontem'. Sentada numa cadeira de rodas, ouviste-me dizer-te pela primeira vez aquilo que já sabias: Com os olhos rasos de lágimas, disse-te: amo-te, avó. Amo-te muito. E prometi-te que nunca deixaria de te visitar sempre que fosse a Lisboa.

Tal como o meu avô, a ti também acabou por te acontecer o que mais temias: Tiveste que ir para um lar. Não imaginas o que isso me custou, o quanto chorei por ti, como procurei desesperadamente encontrar outra solução. As horas que passei ao telefone com primas e tias, todas procurando o mesmo! As vezes que tive que encostar o carro para me deixar ir nas lágrimas, sozinha, para ninguém sofrer comigo. Não imagino como isso te custou mas via a tristeza no fundo dos teus olhos, ainda misturada com a esperança de voltares a andar e a sair dali.

Sempre que te visito recordo a lição que ainda me ensinaste e lembro-te: Amo-te avó, amo-te muito. Não te esqueças!

Depois de meses de massagens e fisioterapia, com uma trombose pelo meio, tornou-se claro que não voltarias a andar... Que não voltarias a viver fora do lar. Mais uma decisão difícil se impôs: a tua casa. A tua casa de tantas décadas, onde acabaste de criar os teus filhos, onde me criaste a mim, onde viste nascer todos os teus netos, onde morreu o avô... Era uma casa alugada e estava abandonada e a dar despesa há muito tempo. Concordaste, infeliz, e teve que ser. Uma vida em objectos queridos foi espalhada pela família, o mobiliário que não cabia nas casas há muito completas dos teus filhos e netos foi doado a uma instituição. Ao menos assim ajudámos alguém necessitado.
Entregámos a casa ao senhorio e mais uma vez, não tenho o poder de imaginar o que te doeu, apesar de não veres, perder a tua casa. A mim doeu mais do que esperava e só morei lá alguns anos, há tantos anos atrás! Eu fui lá, avó, sabias? Eu estive lá a ajudar a limpar e também trouxe para minha casa algumas das tuas coisas. O nosso quadro preferido, lembras-te qual era? Sim, o dos cavalos que estava na tua sala. Está agora na minha e continua a ser um preferido, desta vez do meu filho. Foi ele quem decidiu que o quadro vinha connosco! Dizem que não há coincidências... Fiquei também com outras coisas preferidas: uns copos, umas jarras, coisas assim... o esquilo de vidro oco que não serve para nada mas trás boas recordações, o serviço de chá dos passarinhos que só usavas em ocasiões especiais... Nada de valor mas com tanto valor para mim!

E agora...

Outro avc.

Do lar chamaram o INEM, nem chegaste a ir para as urgências. Já não havia nada a fazer.

Nesta última visita encontrei-te acamada, o corpo tolhido e imóvel, o olhar triste, tão triste... conseguia ver o esforço que fazias para nos sorrir e o sorriso triste que ofereceste às diabruras do teu bisneto. Oh, avó! é tão infinitamente triste esperar pela morte assim! Que será que tu tens ainda para fazer cá, nesta vida? Qual é o objectivo deste sofrimento?

MORRE! Quero que morras! NÃO! NÃO MORRAS... preciso de ti!
AMO-TE, AVÓ. AMO-TE TANTO! AMO-TE TANTO, TANTO!!!

Não te esqueças que te amo e perdoa-me não to ter dito mais cedo. Pelo menos isso eu aprendi: Não tenho vergonha de dizer "amo-te" às pessoas que me são importantes, e é dizê-lo agora para não o lamentar se um dia chegar a ser tarde demais. Perdoa-me as diabruras, as tristezas e desilusões e deixa-me agradecer-te por teres sido minha avó.

Obrigado, Avó.

Querida, Avó...



Oh! Este post está longo demais, triste demais! Se ainda te lembrasses como se lê já me estavas a ameaçar com a colher de pau! :-)

10 julho 2007

Miúda!!!

O meu filho chama-me "pinxeja" (cada vez que visto saias).

O meu marido chama-me "amor" (todos os dias).

O meu Zézinho chama-me "linda" (quando se lembra).

Os meus amigos chamam-me. (ponto)

E hoje, um cliente chamou-me "miúda"!



Heheh C'a fixe!

LOL



Editado para acrescentar:
A minha querida Mana Su bate aos pontos o resto da malta porque me chama... (drums please).... "Miúda Gira"!!!

29 junho 2007

A realidade

Cliquem para ouvir, e já agora acompanhem a letra que está mais abaixo.




Ia a conduzir. Lá fora um calor daqueles! 34º marcava termómetro do carro. No leitor de CDs o novo dos Da Weasel: Amor, Escárnio e Maldizer. E eu pensava "este disco está excelente!"
É chegada a 9º música "Negócios Estrangeiros". 34º e eu a sentir a pele arrepiar-se ao som de uma voz embalada nos arcos dos violinos, elevada no esplendor da orquestra!
É este o efeito de uma mensagem real irradiada por uma voz... inenarrável, com a pujança que só a música pode ter. Assim é quando se junta o poder do som à mensagem real da realidade da vida... Sr. Presidente.

A letra? É a que se segue:

Já foi ao Intendente, Sr Presidente?
Compreendo que tenha pouco tempo,
Cada movimento precisa de um documento,
Isso é algo que eu consigo compreender
Mas, precisa de ver, Sr. Presidente, os seus próprios
olhos, têm um olhar diferente de toda a gente.
Deixe em casa os óculos de ver ao longe, a realidade não foge,
A realidade está sentada e espera toda a noite por nada,
ou encosta-se a uma parede,
Talvez com fome, talvez com sede.
Fumo um cigarro no infinito,
Descubro na escuridão 1 grito, dentro de si próprio.
A realidade chegou à 6 meses da Nigéria, do Senegal ou
da Costa do Marfim.
A realidade não tem fim.
Com uma nota de 20 euros chego onde quiser,
A realidade é uma mulher.


Já foi ao Intendente, Sr. Presidente?
Não vá em visita de Estado, deixe o carro blindado na garagem,
Dê folga aos guarda-costas,
Finja que vai de viagem e apanhe o metro,
Saia no Martim Moniz e caminhe,
Faz bem caminhar, apanhar ar, respirar.
Passear no Intendente é um passeio original,
È um passeio diferente sem sair de Portugal.
Vá para fora cá dentro, vá aos subúrbios do Mundo no centro da cidade
Igualdade, integração social, seja por 10 minutos
um emigrante ilegal, como se chegasse do Brasil, do Paquistão.
Vá ao Intendente e invente uma solução que satisfaça
aos que já chegaram e chegarão.
Mesmo que não tenha vontade de ir, vá ao Intendente,
Sr Presidente.
Aprenda, para chegar é sempre preciso partir.


Já foi ao Intendente, Sr presidente?
Não leve a sua comitiva, não leve o telejornal
Leve-se a si próprio e avance natural,
Como se não fosse ignorado
Vá num dia normal ou num feriado, mas vá.
Por lá sua presença é urgente, no intendente.
Tem pouca diferença de uma Assembleia das Nações Unidas.
A sua presença pode ajudar a salvar vidas vindas da
Ucrânia, da Roménia, Moldávia, Moçambique, Cabo Verde e Angola.
Porque o Mundo, Sr. Presidente, não é mais do que uma bola,
talvez colorida, talvez entre as mãos de uma criança.
Mas esse mesmo Mundo, Sr. Presidente, perde cor todos os dias.
Quando eu largo, nesse largo, que eu largo,
quando eu largo, no Intendente.

23 junho 2007

Desafio da página 161

Desafiada pela minha querida mana Boletita, e como não sou mulher para fugir a desafios (mesmo destes que não levam a lugar nenhum...) cá vai:

- Não vale de nada; já estão mortos. in Eragon, de Christopher Paolini

Este é o 'desafio da página 161' e estas são as regras:
1. Pegar no livro mais próximo
2. Abri-lo na página 161
3. Procurar a 5ª frase completa
4. Colocar a frase no blog
5. Não vale procurar o melhor livro que têm, usem o mais próximo
6. Passar o desafio a cinco pessoas.


Considerem-se tod@s desafiad@s!!

21 junho 2007

10 anos

Há dez anos trás, madrugada adentro numa discoteca apinhada...
O ritmo da música correndo célere nas veias da juventude, os olhos brilhantes, os corações acelerados...
Uma dentada.
Um beijo.
As pernas bambas, as faces coradas, os sorrisos felizes.
O início de nós!
Amo-te!

(fotos logo à noite)

20 junho 2007

19 junho 2007

Aluga-se

Como todos já sabem, este ano as dificuldades financeiras cá por casa agravaram-se bastante. Acho que o mal é geral, mas cada um sabe onde lhe dói mais !
Entre outras soluções práticas e de curto ou médio prazo, uma das que encontrámos foi tomar partido do sítio onde vivemos, portanto:

ALUGA-SE PARA FÉRIAS
T2 EM ALBUFEIRA
Com garagem, piscina e a 10 minutos da praia
NOS MESES DE JULHO E AGOSTO
Contactem-me pelo e-mail no perfil

Peço o favor aos meus amigos e amigas de passarem a palavra aos vossos amigos.
Estou a ver se consigo não alugar a estranhos... É complicado largarmos o nosso lar nas mãos de outros... é uma sensação de perda muito esquisita, mas é por uma boa causa e faz-nos muita falta!
Ai a trabalheira que isto me vai dar!
:)

09 junho 2007

1ª Década!

Faz hoje 10 anos que nos conhecemos... Ou que eu conheci o L porque nessa noite ele tinha pouco sangue no álcool e não se lembra muito bem. hihihi
Olhem para nós há dez anos:A imagem está péssima porque é a digitalização que fiz da única fotocópia de uma foto nossa que saiu na Motojornal - Especial Concentração de Faro de 1997. Lamentávelmente, não sei que é feito da revista. As recordações estão cá, é o que importa! E lá fui eu ao baú desenterrar mais algumas para ver e mostrar (ai se o velho Fiesta falasse...):

07 junho 2007

Com a corda ao pescoço

Estamos a dia sete.
Faltam exactamente 23 dias para o fim do mês.
Estive a fazer contas e a pagá-las também.
  • Casa
  • Carro
  • Compras (supermercado)
  • Telefones
  • Selo do carro
  • Mecânico (ainda há poucos dias eu e o L nos regozijávamos por ter finalmente caído o último cheque pré-datado do último arranjo do carro... Pimba! Deu-lhe as saudades e lá teve que lhe ir fazer mais uma visita!)
  • TV Cabo e Netcabo (por alguma razão juntaram dois meses num, duplicando o valor a pagar este mês)
  • Ama do Bé
  • Cartões de crédito
  • Água
  • Electricidade
Tenho a certeza de que me estou a esquecer de alguma coisa, mas o resultado final é o mesmo:
Tenho na minha conta, até ao fim do mês, exactamente sete euros! A do L já está negativa...
O que é que eu faço à minha vida?!!!!

Alguém me pode dar uma dica para os números do euromilhões?!
Por favor?!!

05 junho 2007

Apaixonei-me

Foi amor à primeira vista!

Eu quero um destes!!!

01 junho 2007

Dia Mundial da Criança

Declaração Universal dos Direitos da Criança

- PREÂMBULO -

VISTO que os povos das Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla,

VISTO que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição,

VISTO que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de protecção e cuidados especiais, inclusive protecção legal apropriada, antes e depois do nascimento,

VISTO que a necessidade de tal protecção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos estatutos das agências especializadas e organizações internacionais interessadas no bem-estar da criança,

VISTO que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços,

ASSIM, A ASSEMBLEIA GERAL PROCLAMA esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as mulheres em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam estes direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios:

PRINCÍPIO 1º

A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer excepção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

PRINCÍPIO 2º

A criança gozará protecção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidades e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição de leis visando este objectivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança.

PRINCÍPIO 3º

Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

PRINCÍPIO 4º

A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e protecção especiais, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequadas.

PRINCÍPIO 5º

À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.

PRINCÍPIO 6º

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão. Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afecto e de segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, a criança de tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

PRINCÍPIO 7º

A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário. Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.

Os melhores interesses da criança serão a directriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.

A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

PRINCÍPIO 8º

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber protecção e socorro.

PRINCÍPIO 9º

A criança gozará protecção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objecto de tráfico, sob qualquer forma.

Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

PRINCÍPIO 10º

A criança gozará protecção contra actos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza.

Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.

In Wikipedia



Sim, hoje foi dia de festa na ama e o Bé teve direito a uma prendinha para marcar este dia que ele ainda não compreende, mas para nós, adultos, decidi deixar esta lembrança de que este dia não é só o dia de comprar mais um chocolate, ou um carrinho, ou uma boneca... Este é (mais) um dia em que nos devemos lembrar de todos aqueles que não têm o que os nossos têm. Este é (mais) um dia em que devemos pensar até, se os nossos têm tudo isto que se exige.

31 maio 2007

Viciados em séries...

... Esta novidade é para vocês!
Chamaram-me a atenção para um site que tem temporadas inteiras de séries online!
Podem-se ver:
  • 24
  • 30 Rock
  • 3 Lbs.
  • CSI
  • CSI Miami
  • CSI NY
  • Desperate Housewifes
  • Family Guy
  • Grey's anatomy
  • Heroes
  • House
  • Lost
  • Nip / Tuck
  • One Tree Hill
  • Prison Break
  • Rome
  • Smallville
  • Supernatural
  • The 4400
  • The O.C.
  • The Office

O único inconveniente é terem que ser vistos no computador...

Ora espreitem lá: http://tv-video.net/

Quem é amiga, quem é?

27 maio 2007

Fim de semana em cheio





Palavras para quê?

Estupidez copiada!

Quem me conhece sabe (e muitos que não me conhecem também!) que raramente ouço rádio. Em casa podem-se contar pelos dedos das mãos as vezes por ano que ligo o rádio, e no carro também levo sempre os meus CDs a tocar em "altos berros" (sim, sim... shame on me! Só o faço sozinha. :oP) e nunca ouço rádio. Ultimamente tem havido muitas obras nas estradas que eu percorro e por isso há uns dias, farta dos saltos e interrupções na música do CD, desliguei o leitor e fiquei a ouvir rádio. Se não me engano era a Rádio Cidade e fui presenteada com um som que me fez, primeiro abrir a boca em espanto completo, e depois rir à gargalhada da pobre imitação que o negro-cá-do-sitio fez do african-american-do-outro-lado.
Isto tem que ser uma das piores e mais estúpidas "músicas" que passa nas rádios nacionais! E o video então é de morte!!! Fiquem com Gutto, "cantando" Deixa ferver...

A riqueza do poema é de espantar qualquer alminha sensível que por aí vagueie, ora topem lá a letra:

"cheka... Vou fazer o que tu queres
Estou pronto a dar-te o que quiseres
Mas será que estás preparada?
Estás pronta para ficares suada?
Tu tens uma granda vibe
fazes um homem implorar por mais
Oh baby! Tu vais ver
Tu mereces e eu estou aqui para fornecer

Tu queres, eu dou
Quero te enlouquecer
E hoje à noite sei que vai aquecer
Baby deixa ferver
Anda, deixa ferver

Tu queres, eu dou
Quero te enlouquecer
E hoje à noite sei que vai aquecer
Anda faz-me ferver
Baby quero ferver

Não me peças para tentar controlar
Não me peças para não te fazer gritar
Não me interessa se os vizinhos estão a ouvir
Só me interessa o que tu estas a sentir
Não me peças para não te tocar assim
Quando toco tu começas a aquecer
Não tenhas medo de gostar do que gostas
Eu sei que tu és muito mais do que mostras

(Refrão)

Mulher porque é que tu tinhas que ser assim tão boa
Qualquer homem que chegue ao pé de ti fica a toa
Imaginar-te no quarto deitada toda nua
uma vadia na cama, uma senhora na rua
Tu tens carinha de santa mas deves ser perigosa
Não fazes mal a uma mosca mas deves ser gulosa
Quero brincar contigo, deixar-te bem nervosa
Tas tão cheinha, deves tomar a sopinha toda

(Refrão)

Dá-lhe(4x)

Deixa ferver, baby
Quero ferver, ahh
Faz-me ferver, baby
Quero ferver, ahh
Quero ferver, baby
Quero ferver, ye
Anda ferver
Quero ferver

(Refrão)
"

Isto é que é um tesourinho deprimente... E o pior é que parece ter sucesso!
Ela merece e ele vai fornecer... Eu é que não mereço!!! Irra!
Tu queres, eu dou... Bolas! Dá lá mas faz um favor à malta e cala-te um cadinho, sim?!!
E ela é o quê?... Gordinha? Pois, se come a sopinha toda... Mas as miúdas de hoje em dia vão nestas conversas? Ou é uma dica aos putos para engatar: "primeiro dizes-lhe que está gordinha porque come bem e depois... pimba! Ficas logo a ferver!" Quento mais não seja com o par de estalos que ela te prega, se tiver dois dedos de testa!

Minh'alma está parva e meu espírito estupefacto!!!

23 maio 2007

Five About #2

O tema desta vez é Vermelho/Laranja e parece que eu venho inaugurar, mesmo depois de todo este tempo. Vamos a isto:


Ou não estivesse eu no Algarve... As laranjinhas teriam que aparecer! Nos meus percursos diários passo sempre por laranjais, fazem parte da paisagem e as laranjas são imprescindíveis à nossa mesa. O L e o Bé adoram-nas! Eu... Não sou louca por fruta mas também não resisto a uma boa laranja. Normalmente o L faz de cobaia e se ele me disser que é boa, eu como o resto! hihihi


Pronto, aqui não são laranjas, são clementinas... Foi uma maneira gira de enquadrar as unhas vermelhas. Gosto de ter longas unhas e de as manter bonitas, o que nem sempre é possível para quem tem que tratar da loiça todos os dias... É uma das minhas batalhas. :D


Gosto muito de vermelho. De me vestir de vermelho. Dizem que as pessoas que se vestem de vermelho ou têm vermelho como a sua cor preferida são pessoas confiantes e com elevada auto estima... Será?!
Sim, eu sei que estou com cara de má nesta foto, mas que querem?... Apanharam-me de surpresa, mas achei perfeita para este tema! Eu estou de vermelho e o meu mais-que-tudo está de laranja! Ele gosta de cores fortes também.


Não poderia deixar de referir "uma laranja" que tem feito parte da minha vida nos últimos sete anos: A Questdata, empresa onde trabalho. Tenho muito orgulho no que faço, tenho orgulho em pertencer a esta equipa e em ajudar a fazer crescer esta empresa. Quando entrei não era quase nada, não tínhamos clientes e passava a maior parte do dia sozinha no escritório porque o chefe ia "à caça" de clientes, se o telefone tocava... assustava-me! LOL Hoje em dia não temos mãos a medir, o trabalho no arquivo chega-nos em vagas... ora é tanto que não tenho tempo para mais nada, ora... ia dizer que tenho tempos livres, mas na realidade já não tenho! Há sempre alguma coisa para fazer, felizmente, e sempre que reclamo de ter trabalho demais lembro-me de quando não tinha nenhum.


Mais uma constante na minha vida: a casa da minha sogra! :D Todos os fins-de-semana, lá vamos nós, faça chuva ou faça sol, almoçar com ela. É a oportunidade perfeita para deixar o Bé correr e brincar à vontade no quintal, descobrir as flores e os bichinhos, cair e sujar-se... Liberdade!!!
A minha sogra gosta muito de flores, dentro das cores requeridas, estas estavam mesmo à mão lá no quintal. :)

Editado para acrescentar:
E agora desafio-te! Sim! A ti que estás aí a ler (não tens nada melhor para fazer?!) a sacares da tua máquina fotográfica (ou, como eu, do telemóvel) e tirares cinco fotos subordinadas ao tema deste Five About. Ah! Depois avisa a malta, sim? :)

14 maio 2007

Desesperadamente procurando... Paulinha!

Já lá vão muitos anos, amiga, mas as verdadeiras amizades nunca se esquecem. Nunca te esqueço, apesar de não te ver há mais de 10 anos!
Começando pelo princípio... Devíamos ter, quê?... Treze, catorze anos quando nos tornámos inseparáveis? Andávamos na Escola Secundária do Forte da Casa e fizemos o 9º ano duas vezes juntas. Namoravas o Ricardo, lembras-te? O eterno Ricardo... E eu o... e o... Ah! Claro, e o Nelson, o escorpião. O Ricardo não tinha força para ti, limitava-se a deixar-se arrastar pela corrente da tua energia vulcânica.
Éramos inseparáveis. Mais que amigas. Mais que irmãs! Dificilmente terei amado uma amiga como te amo a ti. Sim, o teu lugar permanece ocupado por ti, pela recordação de ti e pela minha culpa em não saber esconder o choque.
Eu explico, para quem não sabe a nossa história. Era uma vez... Não, esta não é uma dessa histórias. Esta é uma história a sério.
Tu eras uma miúda muito inteligente, decidida, teimosa (pelo menos tanto quanto eu), muito senhora do teu nariz. Ninguém acreditaria que um dia seria possível alguém te cilindrar. Tinhas ideias bem fundamentadas e fixas acerca dos grandes assuntos que nos dizem respeito na adolescência: a única concessão que fazias às drogas era o tabaco (ambas fumávamos), não havia um amigo que não pudesse contar contigo para o que desse e o que viesse, compadecias-te em especial dos mais sofredores. Tinhas um sentido de justiça e de lealdade a qualquer prova e acreditavas em todos os direitos: os das crianças, os das mulheres, os dos homens, o da igualdade e que só se poderia fazer o que está certo pois quem escolhe o caminho mais fácil é um fraco que pouco ou nada merece.
Sempre te chamei Paulinha. Na tua família chamavam-te Xana, mas para mim eras Paulinha (ou ‘mor)... Compreende-se porque eu sempre fui enorme e tu pequenita, devíamos ter uns 20 cm de diferença de alturas ou mais.
Eras tu e eu. Éramos nós duas sempre indivisíveis enquanto atravessávamos os anos vividos e os escolares. Se estava uma a outra não poderia andar longe. Escolhemos os nomes dos nossos futuros filhos e prometemos ser as madrinhas de casamento uma da outra. Fizémos juntas (duas vezes) o 9º ano, o 10º e o 11º, com aquela professora de francês horrível que te adorava acima de qualquer outro, lembras-te? Hehehe Por esta altura teríamos, 17 anos? Foi quando os teus pais se separaram. Ele saiu de casa e a tua mãe perdeu a cabeça... e perdeu-te a ti que por causa disso foste morar com ele. Grande erro! Ela, a outra, tinha também um filho pequeno e sentiste-te sempre protelada. Eras tu quem fazia as tarefas domésticas e mantinhas a casa. Foste para longe de mim... O Monte da Caparica era longíssimo para nós mas nunca deixámos de nos telefonar.
Um dia, a novidade: “Deixei a escola. Arranjei trabalho numa loja na Baixa.” Cheguei a ir lá ter contigo, lembras-te? Um cubículozinho cheio de marroquinaria até ao tecto onde te vi feliz. Estavas apaixonada! E por quem? Pelo dono da loja que devia ter uns 20 anos a mais que tu. Mas estavas feliz como não te via há muito tempo e tiveste resposta para todas as minhas dúvidas e perguntas.
Algum tempo depois fizeste os 18 anos.
Mais uns dias e o teu pai bateu-te com um cinto. Foi a última vez. Foi quando comecei a admirar o teu namorado que não permitiu mais essa barbárie e te levou para casa dele.
Oh! Foste muito feliz com ele por uns meses! Via-se na tua cara, no teu olhar... E voltaste para mais perto de mim, estavas agora a morar no Prior Velho, se não me engano. Sabes que a memória nunca foi o meu forte... Fui visitar-te na tua nova casa, mostraste-me, feliz, todas as novas aquisições para o ninho: electrodomésticos, quadros, roupas de casa, etc... Fiquei feliz por te ver feliz, finalmente. Falámos em voltares a falar com a tua mãe, mas ainda havia muita amargura, muita mágoa... E sempre foste orgulhosa, também!
Sim, fiquei feliz, mas também preocupada com outras coisas que me contaste... O divórcio dele que ainda não tinha saído, um filha pouco mais nova que tu, e uma saúde pouco estável num homem de 40 e poucos anos cuja vida passou por muitas borgas e muitos excessos.
Feliz por te ver feliz... Ias tirar a carta, não era? Estavas segura e contente e eu fui para casa com o coração mais leve por ti.
Não durou muito tempo a tua felicidade. Uma noite, um ataque de asma levou-te o amor e tirou-te o tapete debaixo dos pés. Telefonaste-me lavada em lágrimas já depois de tudo ter terminado, depois de teres que ficar a observar impotente enquanto a “legítima mulher” ficava com a tua casa, todas as coisas que vocês compraram juntos, a loja e a vida... Ela vingou-se por ter sido trocada por uma miúda e tu saíste apenas com a tua roupa. Nessa altura eu já estava no Algarve, já tinha entrado para a universidade e fiquei contente quando me disseste que estavas a viver em Albufeira, que uns amigos dele te tinham arranjado emprego e casa cá em baixo.
Na altura eu era capaz de percorrer Faro inteira a pé, mas nunca tinha saído da cidade onde estudava. Albufeira parecia quase inatingível, mas fiz tudo o que podia para ir ter contigo e passámos um dia fantástico juntas. Quem diria que eu viria a morar em Albufeira, não muito longe da loja onde trabalhavas nessa altura?! Ainda hoje sei qual é a rua da loja e sempre que lá passo procuro em vão aquilo que melhor me recordo dela: os quadrados de vidro no chão. Devem ter feito obras. Nessa rua não há nenhuma loja com quadrados de vidro no chão e de resto, todas estas lojas são idênticas: as mesmas t-shirts garridas, a marroquinaria para atrair o turista, os insufláveis à porta...
Foi a última vez que te vi. Se não estou em erro, estávamos em 1995 ou início de 1996.
Estavas magra e deprimida. Achavas que o fantasma dele andava atrás de ti e havia alguém a aproveitar-se dessa tua fragilidade. Não consegui fazer nada por ti e lamento-o. Eras obstinada, sempre foste.
A vida continua.
Perdemos contacto nem sei como. Deixaste de trabalhar na tal loja. Ninguém me soube falar de ti.
Life goes on...
Continuei o curso, mas não por muito mais anos. Não cheguei a acabá-lo, sabias?
Conheci o meu futuro marido. Ias gostar dele. Fazia o “nosso tipo”. Era motoqueiro, independente, forte de corpo e de espírito. Saíamos muito, todas as noites se nos apetecesse! Do dia um de Janeiro de 1999 ele pediu-me em casamento! Oh! Eu estava tão feliz! Falei primeiro com a minha mãe, claro, e ela contou ao meu pai. Nesse dia lembrei-me de ti. Foram os únicos momentos menos felizes desse dia: pensar onde estaria a minha madrinha de casamento. Pensar que teria que escolher outra pessoa!
Meses depois aconteceu o meu grande erro. Aquele pelo qual não me perdoo.
Estávamos, eu e o L, no café onde se reunia a malta toda antes de partir para os bares, devia ser uma sexta-feira ou um sábado à noite. O L tinha-me oferecido um telemóvel algum tempo antes e ele tocou. Pensei que fosse a minha mãe mas não conheci o número. Não conseguia ouvir dentro do café com a barulheira que havia e vim cá para fora. Agora que penso nisso, devíamos estar no início da primavera... estava vento e um pouco de frio.
“Sou eu, a Paula” disseste tu. “Paula? Paulinha?!!” Eu nem queria acreditar! Estava tão feliz por te ouvir! Andavas a arrumar papéis velhos e encontraste o n.º de telefone de casa dos meus pais. Felizmente resolveste ligar e a minha mãe deu-te o meu n.º de telemóvel! Que saudades que eu tenho de ti! Que falta me fazes! Contei-te tudo, resumidamente e disse-te, claro que o “lugar” de madrinha era teu se assim o quisesses. Eu mantenho as minhas promessas.
Depois foi a tua vez... Estavas em Setúbal, não sabias se ias poder ir ao meu casamento por causa do teu marido? Namorado? Não me lembro o que ele era. Temos dois bares, um de praia onde eu estou de dia e outro onde “tenho umas miúdas a alternar”. Foi aqui que cometi o meu grande erro. Foi aqui que te perdi. Eu era demasiado inocente, demasiado púdica, demasiado ignorante e para mim “alternar” e “prostituir” era exactamente a mesma coisa. E até pode ser, mas eu tenho este grande defeito de ser genuína, de não saber fingir ou esconder... e não consegui esconder o choque que estas tuas palavras causaram em mim. Não tive tempo de me explicar, tu percebeste pela minha voz. Explico-te aqui e agora, tantos anos depois... Acho que fiquei menos chocada com o que disseste do que o caminho que te imaginei percorrer até chegares ali. Imaginar que serias tu a “alternar”, tu a sofrer às mãos de homens a indignidade que não suportarias uns anos antes para qualquer outra mulher. A tua frieza quando me disseste que não te enganariam uma segunda vez e que ele poria ou já tinha posto um dos bares no teu nome... A tua insistência naquela expressão “umas miúdas a alternar” para te certificares do que provocavas em mim.
Despedímo-nos alegremente, disseste que ias falar com ele para vires ao meu casamento. Eu queria lá saber dele ou das miúdas ou do raio que o parta! Era muito importante para mim ter-te lá... Era tão importante ver-te lá...
E foi a última vez que ouvi o amado som da tua voz. Tu sabias. Sentiste que eu não estava preparada para esse teu novo mundo. O teu número de telefone nunca mais funcionou. Procurei-te em listas telefónicas, na net e de todas as formas que pude.
Perdi-te.

Procuro-te ainda. Recordo-me de ti no dia do teu aniversário, que foi há tão pouco tempo (no dia 3). Vens-me à mente esporadicamente e sem motivos aparentes várias vezes por mês ou por ano.
Vinha hoje a conduzir e a pensar em ti quando de repente a minha memória desbloqueou aquele primeiro apelido de que não me recordava há anos! Sabíamos os nossos nomes completos de cor... tantos anos passados sentadas lado a lado nas secretárias da escola. Aquele apelido, o da tua mãe que deixaste de escrever quando te zangaste com ela... Ribeiro! É Ribeiro não é?
Ana Cristina Pedro de Pinho
Procura desesperadamente
Paula Alexandra Ribeiro Lopes
Se por um feliz acaso do destino leres isto, o meu número de telemóvel é o mesmo, mas também me podes contactar por e-mail.
Perdi-te.
Não te consigo encontrar.
Por favor, encontra-me!

08 maio 2007

New Look

Já há algum tempo que andava cansada do aspecto do blog...
Hoje descobri este site fantástico de templates para o Blogger e que até já tem templates para o novo Blogger.
Não resisti! Digam lá se não está lindooo!!!
LOL

06 maio 2007

Dia da Mãe

Este texto foi recebido por e-mail já há algum tempo... Ainda assim, apropriei-me dele e fiz algumas alterações para que se adptasse melhor à minha realidade e é com ele que agradeço à minha Mãe tudo o que ela fez por mim, e nem um terço disso está aqui neste texto!

Eu amei-os o suficiente para ter perguntado a onde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu amei-os o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia para vocês.
(...)
Eu amei-os o suficiente para ter ficado de pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o quarto, tarefa que eu teria feito em menos de quinze minutos.
Eu amei-os o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu amei-os o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das vossas acções, mesmo quando as penalidades era tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu amei-os o suficiente para dizer-vos não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Eu contente, venci ... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se a tua mãe era má, os meus filhos irão dizer-lhes: Sim, a minha mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...

As outras crianças comiam doces no café e eu tinha que comer cereais com leite.
As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e gelados ao almoço e eu tinha que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela obrigava-me a jantar à mesa, muito diferente das outras mães, que deixavam os filhos comer em frente à televisão.
Ela insistia em saber onde eu estava a toda a hora (...). Era uma prisão.
A minha mãe tinha que saber quem eram os meus amigos e o que eu fazia com eles.
Insistia que lhe dissesse com quem ia sair, mesmo que demorasse apenas uma hora ou menos.
Eu tinha vergonha de admitir, mas ela violava as leis do trabalho infantil. Eu tinha que tirar a loiça da mesa, arrumar o meu quarto, esvaziar o lixo e fazer todo o tipo de trabalho que achava desumano. Eu acho que ela nem dormia à noite, só para pensar em coisas para me mandar fazer no dia seguinte.
Ela insistia sempre comigo para que lhe dizer sempre a verdade e apenas a verdade.
E quando eu era adolescentes, ela conseguia até ler os meus pensamentos.
A minha vida era realmente secante.
Ela não deixava os meus amigos buzinarem quando saía à noite, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com quinze anos, tive de esperar pelos dezoito para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava-se para saber se a festa tinha sido boa (só para ver como estava ao voltar).
Por causa da minha mãe, eu perdi imensas experiências na adolescência:

Nunca estive envolvida com drogas, em roubos, actos de vandalismo, violação de propriedade, nem nunca fui presa por nenhum crime.

FOI TUDO POR CAUSA DELA.

Agora que já somos adultos, honestos, educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos pais maus, como a minha mãe foi.

Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes mães más.



Obrigada Mãe! És uma excelente Mãe má!

Por favor, continua a ser má para mim!

(prometo que vou procurar uma foto melhor!)


18 abril 2007

Novidades...

O tempo tem andado a correr muito depressa por aqui... Passa por mim num instante e nem me deixa parar para respirar e segurá-lo por um momento em letras e palavras escritas para mim e para todos vós...
A última vez que por aqui parei foi só para vos desejar boa Páscoa... Uma "rapidinha"!
Hoje tenho mais tempo, hoje estou em casa (já vão perceber porquê) e vou poder recapitular e tenho tempo para uma "lentinha".

Follow up:
Ora então, o penúltimo post era, para não variar muito, sobre a malfadada TPM. Chegou novamente a altura em que a Mrs. Hide pega no leme só que este mês teve uma surpresa na forma de um medicamento prescrito pelo meu médico de família, o Dr. G.. Fui comprá-lo a semana passada e não dá para imaginar a minha surpresa quando o farmacêutico me aparece com uma embalagem de.... Xanax!!!
Xanax?! Xanax?!!! Mas o homem passou-se?!!!!
- é um exemplo delicado do que me passou pela cabeça. De qualquer forma, achei que ele, sendo médico, deveria saber o que estava a fazer e resolvi experimentar. Querem saber o resultado, querem? Ando muito peace & love, se o Bé quer fazer birras, que faça (desde que longe de mim, lá no quarto dele como de costume), se ele quer entrar no carro que entre, se não quer entro eu e digo-lhe adeus (muda de ideias mais depressa que eu digo Xanax! LOL), se chegado à garagem ele quer sair do carro para ir para casa, óptimo, se não quer, tudo bem, eu vou até casa, pouso os sacos, beijo o maridão surpreendido por não me ver com o pimpolho atrás, nas calmas explico-lhe a nova teimosia do Bé e regresso à garagem onde ele está, impávido e sereno, e me recebe com um sorriso dizendo que me tinha chamado e estava à minha espera. Pronto, este estratagema não funcionou, mas eu também não me chateei muito com isso, porque... peace & love, meu!
Os dias de trabalho têm corrido normalmente, se bem que ontem tudo me resultava ao contrário e parecia que era o Dia Nacional de Chatear a Mishka (o programa de arquivo parecia não querer responder, o programa de facturação reiniciava-se por dá-cá-aquela-palha, os documentos caiam-me da secretária para o chão e os clientes só me apareciam com ideias parvas ou berbicachos), mas tudo bem... Na boa... Por aqui: tá-se!
Zen é fixe!

Novidade:
Como sabem, o meu pequeno terrorista nasceu faz três anos em Julho (Tanto tempo? Se não me sentisse tão calma era capaz de fazer aqui qualquer comentário parvo acerca da velocidade 'fora da lei' do tempo, mas assim sendo: tá-se!). Ora, sendo eu uma morena de pele branquinha e muito dada a sinais e afins, na altura da gravidez tive especial atenção ao crescimento dos ditos, até porque houve alguns sinais que cresceram mesmo! Isto tudo para dizer que houve um sinal em particular que resolveu que a barriga não haveria de se tornar descomunal sozinha, coitadita podia sentir-se mal por ser a única (mais uma vez, poderia fazer um àparte acerca do tamanho dos 'traseiros grávidos', mas... não estou para me chatear com isso, até porque o meu voltou a ter um tamanhito aconselhável! E se alguém discordar... tá-se!)
Portanto, era uma vez um sinalito pequenito que vivia no alto do meu cucuruto e que resolveu fazer-se notar durante esse tempo fecundo de felicidade maternal e gestacional e passou a ter um tamanho equivalente ao planeta do Pricipezinho. Depois de deixar de amamentar, falei com o Xôr Dr. para deixar de ter este exemplo de 'solidariedade corporal' armado em bandeira americana na Lua e foi-me passada uma credencial para o Serviço de Dermatologia do Hospital de Faro.
Quase dois anos depois... nada! Aparentemente, este mesmo serviço está parado há mais de três anos! Para que será que existe este serviço se não funciona? E não é que funcione mal ou que haja atrasos, não... está fechado mesmo!!!
Bom, mais uma conversa com o Dr. G., mais uma miradela ao meu cucuruto e diz-me ele assim:
- Então e porque é que não te tiro eu isso aqui?!
Boa, pensei eu, é para já!
- Vamos a isso!
- Bom, marca uma consulta lá fora com a senhora administrativa (isto é o mais simpático que ele lhe pode chamar; gosta tanto dela como de ferros em brasa!) para uma quarta-feira, que é o dia em que fazemos isso. Mas olha, não pode ser na próxima porque o enfermeiro está de férias...
- Bem me parecia que faltava a voz dele lá fora hoje!
- Por sinal, bem irritante, mas vá... - se isto fosse na TV agora seria altura de um grande plano da minha tentativa de manter uma cara inexpressiva, enquanto penso qualquer coisa como "estás bem-disposto hoje!" - ...E também não pode ser na outra quarta porque estou eu de férias, portanto vê lá com a Velha (mais um nome carinhoso para a administrativa) quando pode ser e liga no dia antes a confirmar.
Beijinhos e abraços como de costume (damo-nos muito bem, eu e o meu médico de família), fazem-se as despedidas e fica assim tudo marcado para... hoje!
Ontem liguei a confirmar (sou uma menina obediente. cof, cof!) e hoje lá fui tirar o malfadado sinal. Depois de algum tempo à espera, sempre acompanhada do meu inseparável livro-do-momento (bendito BookCrossing! Tnx!), o Enfermeiro chamou-me e mandou-me deitar numa marquesa (este é uma figura merecedora de algumas palavras: alentejano, alto e magro, de olhos claros e cabelo recentemente pintado de quase-louro com fama de ser gay e uma voz penetrante, brincalhão, cheio de genica e ideias próprias não há quem lhe leve a melhor ou lhe desobedeça naquele Centro de Saúde, excepto o médico que é chefe dele! Mais uma vez se aplica a minha máxima: apanham-se mais moscas com mel... Comigo tem sido sempre uma simpatia, assim como este médico de quem se diz que é bruto e insensível)
Mais umas peripécias e chega o Dr. que tem que me mandar deitar outra vez porque eu já estava farta de estar de barriga para baixo, uma posição que me é incómoda.
Dr. - Então vamos lá ver isso. Já nem me lembro o que tens aqui para tirar.
Enf. - Então, nã quer as luvas?
Dr. - Eu lavei muito bem as mãos...
Eu - Como convém!
Dr. - ... quando eu me tiver livrado desta cabeleira toda já tas peço! - e para mim - Vai uma carecada?!
Eu - Veja lá o que é que faz... Eu depois processo-o por dar cabo da minha auto-estima e do meu sex-appeal!
Dr. e Enf. dão uma gargalhada e o médico põe as luvas.
Dr. - Sendo assim acho que não é preciso cortar cab
elo nenhum. Acho que isto vai sangrar pouco, mas tens que estar quieta! Vou-te dar uma picada... Sentes?
Eu - Sim!
Dr. - Ainda bem. É a anestesia, é bom sinal que a sintas!
Eu - Aiiie! Olha o que me havia de sair... Tá a gozar comigo.
Dr. - Eu?!!.... Mais uma picada, sentes?
Eu - Não.
Dr. - Bom sinal. Parece que ainda sei fazer isto! - (gargalhada dos três) - Tá quieta! - para o enfermeiro - Limpa lá isto, pá! Parece que afinal vai sangrar muito!
Eu vou sentindo o médico fazer algo na minha cab
eça e o enfermeiro limpando e aplicando o que me pareceu compressas frescas. Daí a pouco e ainda num ambiente de brincadeira:
Enf. - Vai cozer?
Dr. - Claro!
Enf. - Quer uma 002 ou 003?
Dr. - Tens 002? Então dá-me!
Enf- - Não. Já encomendei mas ainda não vieram, só temos 003. (gargalhada geral)
Eu - Epá! Se querem que eu fique quieta vão ter que para de me fazer rir!
Dr. (rindo-se) - Ora c'um caraças! Dá cá isso então!
Enf. - Ri-te, ri-te! Quando a anestesia passar logo
te queixas!
Eu - No problemo! Eu já estou a tomar o medicamento que me passou no outro dia... Estou calminha, calminha!
Dr. - Esse não te ajuda com as dores.
Eu - Pode ser que não, mas também não me faz querer cá voltar para me vingar!
Dr. - Eu vou-me pirar já de seguida, G. (nome do enfermeiro) põe-te a pau que ela é grande, quando se levantar quem leva és tu! (como se não fossem os dois tão altos como eu)
Enf. - Ê?!! Ê corro depressa! (mais um coro de gargalhadas) Além disso ela precisa de mim para lhe fazer o penso amanhã!
Eu - Ora bolas! Não tinha pensado nisso. Posso vingar-me só depois? A gente depois combina, tá bem Sr. Enf.?

Enf. - Combinado! Mas avise-me antes!
Mais gargalhadas, mais "tá quieta" da parte do Dr. até que ele diz:
Dr. - Isto de fazer bordados em cabelos escuros com linha preta dá cabo de mim. Não vejo nada de jeito!
Enf. - Devia tê-la mandado pintar o cabelo de loiro!
Eu - Epá! Louro não!
Enf. - Porquê... Tens alguma coisa contra as loiras?
Dr. - É por serem loiras-burras!
Eu - Nah! É porque são muito deslavadas e depo
is o meu marido não queria nada comigo que ele só gosta de morenas!
Mais gargalhadas.
Dr. - Tou a ficar cegeta! Não consigo ver esta me**a!
Enf. - Atão, tá saindo ali, nã vê?!
Dr. - Ah! Está aqui!
Passaram-se uns minutos em que eu me ria e eles falavam como se fazer três pontos pretos numa cabeça de cabelos escuros fosse uma tarefa hercúlea - sempre no gozo!
Finalmente, o médico levanta-se e diz-me que me posso levantar antes de sair da sala... Fico eu sentada e o enfermeiro a limpar suavemente o sangue que tinha na cara e a dar-me as instruções para lá ir amanhã fazer o penso.

Enf. - E vai lá ter com ele que ainda tem que te passar uma receita dumas tretas quaisquer que quer que tu tomes prás dores!
Eu - Obrigadinha! Acho que essas tretas vão fazer-nos jeito... Pode ser que eu não lhe bata amanhã! hihihi
Fui ao consultório do médico onde ele me entregou a receita de uma analgésico e de um anti-inflamatório, trocámos mais umas palavras, beijinhos e abraço do costume... Palmada no rabo e...
Dr. - Vai lá à tua vida que eu tenho que ir também. Até amanhã.

Ainda voltei ao escritório mas estava zonza e o efeito da anestesia passou mais depressa do que eu pensava por isso fiquei cheia de dores num instante.

Resumindo:
Tenho um penso enorme na tola. Segundo o médico é porque o enfermeiro quer que todas as velhas com quem me cruzar me perguntem o que se passa e para que eu tenha que contar a história centenas de vezes! hihihi
Estou medicada. Mais uma vez apenas para garantir a segurança dos funcionários do Centro de Saúde e nunca para meu próprio bem-estar. lol
Estou em casa por hoje... Amanhã regresso à rotina quase-normal, visto que ainda tenho que lá ir fazer o penso logo de manhã.